"Siga a sua vida, deixe os ventos te guiarem. Cuide de quem corre do seu lado e de quem te quer bem. Fique com quem quer ficar com você. Ame quem te ama!"

sábado, 9 de outubro de 2010

R.P.

Hoje foi o primeiro dia que eu não a vi chorar, depois de mais de um mês. Excepcionalmente hoje, ela parecia até estar com um ar empolgado, parecia ansiosa quando me ligou perguntando que horas eu ia chegar. Tá certo que ela precisava de mim pra "salvar" a tarde... mas, mesmo assim. Depois de tantas semanas ouvindo o desabafo dela, toda a mágoa que ela tava sentindo pareceu sumir quando ela disse "até que enfim, tu chegou".
Talvez só nos últimos meses eu tenha transparecido o quanto eu me importo com ela, talvez só agora ela esteja acreditando que eu sou sincera quando eu tento mudar a opinião dela, quando eu tento explicar as consequências que ela pode sofrer diante do que ela pensa em fazer, quando eu digo que eu sei o que ela tá passando (passou) e que isso já aconteceu comigo, de certa forma, mas em circunstâncias diferentes.
Há três anos ela deu o ar da graça e, um tempo depois, descobri que eu é que era a responsável por ela estar ali. Ela mesma me disse e por mais que eu dissesse que não tinha sido só eu, ela teimava dizendo que eu é que era a amiga dela. Sei que, provavelmente, eu não tenha sido a pessoa mais chegada a ela durante esse tempo mas, sei também, que nunca deixei de acreditar no potencial e na vontade que ela sempre teve de fazer as coisas. E, retribuindo essa minha credibilidade, ela cantou sede de almas a meu mando e ninguém achou um defeito pra reclamar. Foi lindo! E ela ainda veio me perguntar se havia cantado bem...
Confesso que acreditei que essa minha segurança nela pudesse mudar alguma das suas opiniões a respeito dos fatos, e ainda não perco a esperança que isso aconteça...
Nunca tinha dado tanta importância aos choros dela, geralmente eram por que ela tinha brigado com o namorado ou por que a música a havia emocionado. Ultimamente comecei a dar mais crédito e a ouvir o que ela dizia, tentando sentir o que o choro dela demonstrava. Nenhuma das vezes me comoveu tanto quanto a vez que ela me disse: "não escolheram eles pra ir, e sim eu pra ficar". Eu ainda não havia pensando por esse lado e foi a vez que eu me calei, por que nem eu achava algo pra falar que pudesse abafar o que ela tinha dito. Desde a primeira vez, disse pra ela levantar a cabeça e seguir em frente e ela me respondia que sabia que o tempo de Deus era diferente do tempo dos homens e que algo ainda mais grandioso provavelmente a esperava o ano que vem; mas que mesmo assim, ela não sabia se ia conseguir ficar naquela situação por muito tempo.
Comecei a pensar que eu não devia mais falar o que eu achava, porque eu mesma não achava mais fundamento nas minhas palavras. Se ela tava se sentindo mal, ela tinha todo o direito de ir em busca da felicidade dela, mesmo que fosse em outro grupo. E se fosse da v
ontade dela, nada que eu dissesse iria mudar o que ela queria.
Mas, talvez, tenha mudado. Ou, talvez, falte apenas um detalhe, um gesto,... Só sei que eu prefiro ela do jeito que eu conheci há três anos, com o mesmo sorriso que ela me apareceu hoje; e não, a que passa dias chorando pra tentar aceitar as injustiças que ela vê contra ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário